Virtudes para um mundo melhor

27-03-2011 21:06

            “’Os tempos estão perturbados, os tempos estão difíceis, são tempos desgraçados.’ (Agostinho 354-430). Nós diríamos: eram e são! Agostinho, porém, não recorre a bodes expiatórios para explicar os males que nos afligem: não são os outros e só os outros os verdadeiros culpados da nossa situação e não são eles os únicos a ter de mudar.”

            “É evidente que há coisas a mudar que não dependem de nós, mas sabemos que, se nós próprios não mudarmos a partir de dentro, se não nos convertermos, seremos nós mais um veneno na sociedade e na Igreja.”

            “Nunca, como agora, o destino pede uma mudança de rumo. O planeta Terra é a nossa casa. Ele e nós estamos em risco. Precisamos de um novo olhar que rasgue o horizonte de uma esperança mais plena do que a da nossa actual cultura. Precisamos de uma ética que imponha novos relacionamentos com a natureza. Daí a importância do Fórum Espiritual Mundial que visa suscitar a espiritualidade e o respeito pela diversidade. O erro da humanidade é o etnocentrismo. Quando fomos criados, a Terra já estava pronta e há comportamentos sociais que dizimam o planeta. É preciso passar da idade infantil no que se refere à responsabilidade para com a Terra. Importa incorporar o que o budismo nos trouxe: a ética da compaixão para com toda a natureza, connosco e com o próximo. Esta obra é um programa e um instrumento de trabalho.” (Público, 13 de Março 2011, p. 32, Frei Bento Domingues)

 

            A essência do Evangelho de Jesus Cristo consiste no que ele mesmo chamou de novo nascimento, um nascer de Deus, ser feito filho de Deus, uma nova criação e uma nova criatura, pelo poder de Deus. Uma nova vida, segundo o ensino de Jesus, é consequência dessa experiência num encontro pessoal com Deus. Não basta aprender valores e princípios morais, a vida cristã é muito mais do que isso. Sem nascer de novo ninguém pode entrar, saber, participar, experimentar o que é o governo, o cuidado, o carinho de Deus para connosco.

            O que hoje se passa com a natureza não é mais do que as consequências físicas e materiais, cósmicas, do pecado no coração dos homens e nos sistemas que ele criou em oposição à santidade divina. O homem não é o dono da natureza da qual pode dispor sem qualquer respeito não apenas para com ela, mas para com o Criador. É o Deus pessoal criador dos céus e da terra, bem como do homem “à Sua imagem e semelhança”, que pode e a seu tempo reverterá a situação dramática para não dizer catastrófica em direcção à qual caminhamos teimosa e obstinadamente.

            Como cristãos devemos viver com uma consciência ecológica biblicamente estruturada, e isso também significa que sabemos que o pecado afectou a natureza, o que só será revertido pela manifestação de Jesus Cristo na Sua segunda vinda.

 

            "E os vinte e quatro anciãos que estavam sentados nos seus tronos diante de Deus, inclinaram-se até ao chão e adoraram-no. E disseram: 'Agradecemos-te, Senhor Deus, que tens todo o poder, que és, e que eras, porque tomaste enfim o domínio que te competia e agora começaste a reinar. As nações revoltavam-se contra ti, mas veio agora o momento da tua cólera contra eles. Chegou o tempo de julgares os mortos e de recompensares os que têm trabalhado ao teu serviço. Recompensarás os teus profetas e o teu santo povo, todos os que temem o teu nome, desde o menor ao maior. E tu destruirás todos aqueles que têm causado devastação na Terra." (Apocalipse 11:16-18)