Portugueses são os mais tolerantes

27-03-2011 21:00

            "Portugal lidera a lista dos países mais tolerantes em relação à religião. Um estudo de uma universidade alemã, apresentado em Berlim, destaca os portugueses por defenderem a igualdade de direitos entre as religiões. No extremo oposto da tabela estão os alemães.

            'Religião e política', um trabalho dirigido pelo sociólogo das religiões Detlef Pollack, sublinha a liderança dos portugueses ao defenderem que todos os 'grupos religiosos devem ter direitos iguais'. Em Portugal, 89% dos inquiridos são favoráveis à diversidade religiosa, quase o dobro dos alemães. Na Alemanha ocidental, apenas 49% das pessoas apoiam a igualdade, posição que é partilhada por 53% dos que habitam no Leste.

            A França está em segundo lugar em termos de tolerância para com o outro, com 86% a defenderem direitos iguais para todas as religiões, mas já não têm a mesma posição em relação aos efeitos na sociedade. Cinquenta e um por cento dos inquiridos salientam o facto da religião ser motivo de conflitos.

            A Holanda surge em terceiro lugar em termos de tolerância (82% defendem direitos iguais), seguindo-se a Dinamarca (72%).

            São cinco os países da UE estudados e que foram seleccionados de acordo com os perfis previamente traçados em relação à pluralidade religiosa.

            Portugal surge como uma nação de contraste, 'por as diferenças não serem tão pronunciadas como em outros países', salienta Detlef Pollack, da Universidade Westfalisches Wilhelms.

            A Alemanha foi seleccionada devido ao grande número de muçulmanos e existir uma polémica sobre o uso do lenço islâmico. Como vivem menos muçulmanos no Leste da Alemanha do que no Ocidente, as duas religiões do país foram analisadas separadamente. A França foi escolhida devido à discussão em torno da proibição do uso da burka e do véu islâmico.

            A Holanda entra na investigação pelo facto de a sua imagem de sociedade tolerante ter sido abalada com o assassínio do realizador Theo van Gogh, autor de um filme que os muçulmanos acusaram de 'ofender' o Islão. E, também a Dinamarca foi incluída devido à polémica, em 2005, com a publicação dos cartoons do profeta Maomé.

            Os portugueses manifestaram-se, também, como plurais ao considerarem que a diversidade religiosa 'produz enriquecimento cultural' e não conflitos, posição que é manifestada por 80% dos inquiridos no País. Os dinamarqueses e os holandeses têm a mesma percentagem de pessoas a elogiar os aspectos positivos de existirem várias práticas religiosas. A grande maioria dos alemães (70%) também entende que são mais os benefícios das religiões, sobretudo para o enriquecimento cultural." (Diário de Notícias, 30 Dezembro 2010, p. 17, Céu Neves)

 

            O respeito pelas religiões é um ingrediente essencial da estabilidade social e da dignidade da pessoa humana. Somos defensores da absoluta liberdade de consciência da pessoa e nela se inclui necessariamente a liberdade de culto e de manifestação religiosa, de aderir ou de mudar de religião, bem como de não professar qualquer religião.

            Mas isto não significa que consideremos que todas elas são iguais, mesmo quando temos a convicção que todas as religiões representam o esforço do homem para colocar um outro deus no lugar de Deus. Para nós a pessoa de Deus só se tornou visível aos homens na pessoa de Jesus Cristo, que é Deus connosco, Deus entre nós na forma humana sem ter deixado de ser Deus. Jesus é único, singular e exclusivo. Apenas por Ele podemos chegar ao Pai, e somente por Ele recebemos o Espírito Santo. Sabemos de antemão que esta posição não é popular nem aceite na cultura pluralista em que vivemos. Também não o foi pelas mesmas razões no princípio da Igreja, nem nos dias em que Jesus andou entre nós e ministrou o Seu ensino, partilhou a Sua vida, curou os enfermos, saciou os que O buscaram de amor, de perdão e de esperança. Por isso também consideramos que não se pode fazer de Jesus uma religião embora seja Ele o único que nos religa a Deus.

 

            "Paulo, pondo-se diante deles no Areópago, falou-lhes assim: 'Gente de Atenas, vejo que são muito religiosos, pois ao passar pela cidade reparei em muitos altares, um deles até com a inscrição - 'Ao Deus desconhecido'. Afinal, têm andado a adorá-lo sem saber quem ele é, e por isso quero falar-vos agora acerca desse mesmo Deus." (Atos 17:22,23 - tradução "O Livro")