O FIM DAS DÚVIDAS na morte de José Saramago

19-06-2010 16:33

 

            O que nos custa é que alguém viva a sua vida sem esperança, na negação diante de todas as evidências da existência do Deus pessoal, criador e sustentador, juiz e redentor, que se nos deu a conhecer na História e em carne e osso através de Jesus Cristo, mesmo que muitas possam ser as caricaturas, algumas das quais nós mesmos como cristãos possamos ter originado e alimentado. Deus não pode ser confundido com a crença popular ou académica, religiosa ou filosófica. Deus não pode sequer ser confundido com os cristãos e a Igreja. Os defeitos dos cristãos e os erros cometidos pelas instituições não podem encobrir o que de Si mesmo Deus nos dá a conhecer pela Sua Palavra na Bíblia Sagrada.

            Mas morrer sem esperança é terrível, quando é perfeitamente possível morrer não confiado nas nossas virtudes. A vida e a morte de José Saramago custa-nos, porque ironizou, brincou, ofendeu, parodiou, blasfemou, insultou o texto sagrado e a pessoa de Jesus Cristo. O Prémio Nobel alcançado na linha destes ataques não nos orgulha. Não podemos separar o engenho e a arte dos conteúdos afrontosos da pessoa de Jesus Cristo. O veneno não deixa de o ser só porque vem servido em taças de ouro. Respeitamos as dúvidas, a crítica, a denúncia dos pecados cometidos pelos próprios seguidores de Jesus Cristo. Damos a mão à palmatória. Somos os primeiros a confessar os nossos pecados. Também estes ofendem a Deus. Mas isso não nos incita a "pegar em pedras" para atirar a Deus, aos crentes ou aos não crentes.

            Vivemos rodeados de evidências acerca da existência de um Deus todo-poderoso. Vivemos também envolvidos por situações que nos levantam grandes interrogações sobre o que é que aconteceu para que tanta coisa de errado aconteça. Mas não levantamos o dedo contra Deus ou contra os que acreditam ou deixam de acreditar. Todos pecámos e pecamos. Não há um justo nem um sequer. Todos estamos em dívida. Isso não significa que Deus não exista ou que seja Ele o culpado de tudo o que de mal nós fazemos. O Deus que nos criou é também o Deus que nos redime, que vem ao nosso encontro, que invade este planeta dominado pela maldade, para lutar por nós mesmo quando teve que o fazer "contra nós". Jesus morreu em nosso favor. Há esperança! Podemos viver e morrer acreditando no Seu poder, amor, graça, perdão e na vida eterna com Ele em plena felicidade.

            Morrendo as dúvidas acabam, mas o problema da incredulidade não está na dúvida honesta e sincera, mas na recusa e rebeldia contra Deus dissipadas que estejam todas as dúvidas e quando as dúvidas apenas existem alimentadas por essa mesma rebeldia e hostilidade. Não se dá um pontapé num cão morto, ou num cão que não existe. Porquê tanta hostilidade contra quem se diz não existir, e quando o que se ataca em relação a Ele acaba por ver-se nos sistemas que a Ele se opuseram e O procuraram banir. A questão não está em Deus, mas em não vivermos do modo como Ele nos diz para vivermos e nos abre a possibilidade, e nos dá o poder para o podermos concretizar. Ainda assim, na Sua misericórdia, Deus estende o Ser perdão, a todos os que O buscam confessando os seus pecados e reconhecendo a sua dependência do favor divino.

            Saibamos viver e morrer em esperança porque em Jesus Cristo. "Cristo em vós, a esperança da glória" (Colossenses 1:27b)