Igreja Católica Romana "atolada" na pedofilia
A pedofilia é um pecado social transversal e não apenas de um determinado grupo religioso. Existem factores que de alguma forma podem concorrer para tal como é o caso do celibato imposto. Também não é aceitável a cortina de silêncio que se procurou montar em torno destes crimes, como também não se pode aceitar que se pretenda circunscrever as ocorrências à jurisdição disciplinar da Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício). Pior ainda é deixar de agir de forma exemplar, o que não significa que não se deixe de perdoar e restaurar os culpados desde que arrependidos e convertidos. O que também não implica que devam manter os seus cargos e funções envolvendo ou não o contacto com crianças e adolescentes. Por outro lado as indemnizações não resolvem nem compensam os danos causados.
Registamos a situação curiosa de vivermos numa sociedade permissiva sexualmente que penaliza uma confissão tida como conservadora, e um grupo conservador que condena uma sociedade permissiva. Parece-nos que existe muita hipocrisia de ambos os lados.
Todos como pecadores precisamos reconhecer a nossa necessidade da expiação que Jesus nos proporcionou e nela a exigência de santidade e pureza em todas e em cada uma das nossas vivências.
Segundo o ensino do Novo Testamento e no que diz respeito à Igreja cristã do I século, a Igreja primitiva, os problemas da sociedade são os problemas que também emergem na Igreja e aos quais esta não é imune, mas quando identificados devem ser tratados desde logo com disciplina e amor. Deixar correr só aumenta o problema ao ponto de se tornar "epidémico".