Geração à rasca arrasta pais e avós para a rua

13-03-2011 18:50

 

A crise que atravessamos é grande, mas não tenhamos ilusões, sem trabalho, sem esforço, sem sacrifícios, sem renúncia a determinados direitos e regalias não ultrapassaremos as dificuldades. As injustiças são mais do que muitas. Não sabemos quem são os donos do dinheiro que especulam e aumentam as suas fortunas à custa de juros inflaccionados e especulações absurdas. Mas também não tenhamos qualquer ilusão acerca das dificuldades que nós como pais e os nossos pais passaram, certamente bem piores do que as que hoje se vivem.

Acredito que muitos dos que se manifestaram fizeram e estão a fazer o seu melhor. Mas as perguntas impõem-se e são incontornáveis: que alunos foram, que empenho colocaram nos seus estudos, passaram pela escolas e faculdades como turistas, qual foi o aproveitamento, que oportunidades têm desperdiçado porque estão à espera de começar pelo topo?

Sou professor e infelizmente mais de dois terços dos meus alunos actualmente não sabe o que é estudar, empenhar-se, interessar-se, querer, lutar, trabalhar. Não adianta vir com as habituais desculpas que não vale a pena face às circunstências. É precisamente por causa delas que é preciso empenho, dedicação, excelência, trabalho. A ideia de que os pais vão estar sempre aí para pôr tudo na frente dos meninos sem qualquer esforço vai dar um resultado péssimo. Não se trata de ser reaccionário, trata-se de ser realista. Existe muito adolescente e jovem por aí que sofre de mimo e de superprotecção a mais.

O politicamente correcto, as psicologias baratas de dar tudo aos meninos e não exigir nada nem exercer disciplina e autoridade, as pedagogias do facilitismo, vão levar-nos inexoravelmente ao desastre.