Educação, ciência e religião

27-03-2011 21:08

             “No âmbito da Semana Mundial da Harmonia Inter-Religiosa – promovida pela Aliança das Civilizações (ONU), British Council e Universidade Lusófona de Lisboa – a Área de Estudos em Ciência das Religiões desta universidade apresentou o projecto Três Religiões – Uma Cultura Comum de Respeito.
            (…) Este fenómeno cultural e religioso – para além da liberdade concedida às diversas propostas confessionais – deveria ser estudado, na escola pública, segundo critérios das Ciências Sociais, da Ciência das Religiões. Seria uma proposta de carácter científico, facilitando um clima de escuta recíproca.” (Público, 6 de Fevereiro 2011, p. 33, Frei Bento Domingues)

           

            Esta não é uma ideia nova, mas não nos parece de modo algum razoável. Os alunos já estão mais do que sobrecarregados de disciplinas, e existem áreas que desde logo já contemplam uma abordagem histórica e filosófica. O que muitas vezes se chama de “científico” não é mais do que uma perspectiva humanista e liberal, que pretende comprometer o que a Bíblia nos apresenta acerca de Deus e da História da Salvação, tentando induzir senão impor a perspectivas de que todas as noções acerca de Deus presente no judaísmo, cristianismo e islamismo, são iguais porque monoteístas. Só o facto de o cristianismo afirmar a doutrina da triunidade divina, consagra uma ruptura com o judaísmo e com o islamismo. Em conformidade com esta doutrina a afirmação de que Jesus Cristo é Deus entre nós, ou seja a doutrina da encarnação e da redenção única e exclusivamente através do Filho de Deus, é não só uma diferença radical com o judaísmo e o islamismo, mas também entre o catolicismo romano e a comunidade evangélica que tem na Bíblia a sua única base de fé e doutrina. A experiência ensaiada e solidificada da presença das confissões religiosas no espaço curricular opcional é uma genuína mais valia na formação e relação respeitosa, sem ignorar as diferenças, nas escolas públicas do primeiro ciclo ao ensino secundário.

           

            "Anteriormente Deus falou aos nossos antepassados muitas vezes e de muitas maneiras por intermédio dos profetas. Agora, nos tempos em que vivemos, falou-nos através do Filho, a quem deu todas as coisas e por meio de quem criou tudo o que existe. Este reflecte a glória de seu Pai e é a imagem perfeita da sua pessoa. Ele mantém todo o universo pela autoridade da sua palavra. Tendo morrido para nos purificar da culpa dos nossos pecados, sentou-se no lugar de maior honra à direita do Deus glorioso, nos lugares celestiais." (Hebreus 1:1-3 - tradução "O Livro")