ATÉ ONDE SE PODE "VIVER COM MENOS"?

22-11-2012 11:16

É importante saber até que ponto pode o país empobrecer sem cair no risco da consulsão social. (Editorial do Jornal Público, 18 de novembro de 2012, p. 2)

 

Este debate e ponderação pode ter a sua virtude, mas mais importante é debater até que ponto é lícito que estejamos a pagar juros exorbitantes por um empréstimo que devemos pagar, se devemos dar-nos ao luxo de injetar milhões de euros para evitar a falência de bancos como o BPN para salvaguardar interesses particulares alguns pouco claros, se devemos continuar a alinhar numa estratégia obscura de depauperar o Estado português e que começou com o desmantelamento da nossa agricultura, pescas, indústria, passou pelo nosso endividamento amplamente apoiado e incentivado por quem de um momento para o outro haveria de nos colocar um garrote na garganta subindo os juros a valores incomportáveis, e que agora se prolonga na venda do que nos resta e do empobrecimento de alguns (a maioria) enquanto outros (bem menos) enriquecem. O debate passa também por perceber se os políticos e mais alguns priviligiados devem manter as suas benesses quando a generalidade da população é empurrada para a pobreza à força (custe o que custar). Outro debate é se esta é a democracia que queremos em que a política se tornou a arte da mentira, prometer o que se sabe não se pode cumprir, e depois se prolonga pela arte de encontrar todas as justificações para se fazer o que se prometeu não se iria fazer. Há mais debates urgentes a realizar, mas alguns parecem-me que são precisamente estes.

 

Enquanto isto não sucede e talvez nunca venha a suceder, a quem é um seguidor de Jesus Cristo, convém manter os olhos no Autor e Consumador da nossa fé, que é o soberano da História, que um dia destes vai pôr um ponto final neste drama resultante do pecado humano do qual todos fazemos partes, e que apenas pudemos romper mediante o que Ele fez por nós na cruz. Há que viver em amor a Deus e ao próximo como a nós mesmos. O único debate que nestes domínios decorre é em que medida estamos ou não a viver à altura desta contracultura!