"O fim do subsídio parece uma sentença de morte"
"Em Portugal há 9428 casais no desemprego" (Jornal Público, 18 de novembro de 2012, p. 6)
Os números são alarmantes. Mas é revoltante a forma como eles são assumidos como inevitabilidade e os políticos, que têm por obrigação cuidar da causa pública, se demitem do assunto e se ficam pela receita de uma "caridadesinha" que não tem nada de cristã nem de humanista, porque isto é resultado de injustiças promovidas e alimentadas. Perdeu-se o sentido dos valores mais altos e dos ideais que eles fomentam. A acomodação é apenas o fruto de uma ideologia cuja ideia de Estado e de sociedade é esta. Posso estar a ser injusto e não ter dados suficientes para respaldar a minha opinião, mas o problema da Europa do sul é uma religiosidade pseudo-cristã de acomodação à desigualdade, enquanto que a Reforma protestante rompeu com o paradigma, propondo novas formas de organização do Estado que promova o trabalho e a iniciativa individual, mas que proteja os que numa determinada conjuntura se encontram em situaçao de fragilidade e desamparo.
Eu continuo a defender uma intervenção social a partir das igrejas locais que estão comprometidas com a Bíblia e o seu Autor, vivem a fé numa dimensão prática, cuidando dos domésticos da fé e da população em geral revisitando o milagre da multiplicação de algum pão e peixe, não como cobertura de uma sociedade desigual e injusta e de um Estado que a fomenta, mas na promoção de um novo reino que é do Deus que é amor, justiça, graça, misericórdia e bondade.