"E porque não uma catedral para ateus?"

18-02-2012 21:38

"Foi o filósofo e ensaísta Alain de Botton a lançar o desafio o seu mais recente livro, Religião para Ateus; também os não crentes deveriam ter uma catedral. (...) Botton, que vive em Londres, já escolheu o local - a City, o centro financeiro desta cidade, porque 'é ali que mais se precisa de perspetiva sobre as prioridades da vida'. Para ele é justo que os não crentes tenham um espaço onde possam meditar, agradecer seja o que for à vida ou apenas apreciar os prodígios da arquitetura. Neste caso uma torre oca de 46 metros, que fará um humano sentir-se apenas... mortal. (Revista Visão, 2 de fevereiro de 2012, p. 14)

Já há muito que se sabia que o ateu não é bem ateu, no fundo, tem uma religião e um deus, ou muitos que são apenas um, ele mesmo e a natureza, a matéria e a energia. O que importa é cuidar em negar o Deus pessoal, Criador, que não se confunde com a criação, de quem somos criaturas e perante o qual somos responsáveis e chamados a um relacionamento pessoal.

Norman Geisler disse-o no título de um dos livros mais contundentes acerca da existência de Deus em resposta ao ceticismo ateu... "Não tenho fé suficiente para ser ateu".

O melhor local para uma catedral ateia ao deus homem será num dos centros do império do dinheiro e do lucro, desse filho do deus ateu que é mamom. Os dias que estamos a viver mostram bem a relação umbilical que existe entre a morte espiritual do homem, o ceticismo, a idolatria, o paganismo, o panteísmo, o naturalismo e o materialismo, a injustiça, a desigualdade social, a insensibilidade para com as pessoas, os desalojados do capital, os inadaptados, os mal sucedidos, os incapazes, os mais fracos segundo a teoria do evolucionismo que impera na finança e nos querem fazer crer que imperou no nosso aparecimento.

Quão distinto é o evangelho de Jesus Cristo que nos chama à generosidade, à fraternidade, à solidariedade, à justiça, à equidade, a sermos próximos uns dos outros, a amarmos de verdade, a cuidarmos do órfão e da viúva, do mais fraco entre os fracos.

"Vocês não podem adorar dois deuses ao mesmo tempo. Amando um deus, acabarão odiando o outro. A adoração a um alimenta o desprezo pelo outro. Vocês não podem adorar a Deus e ao Dinheiro." (Mateus 6:24 - paráfrase "A Mensagem", Editora Vida).