"As linguagens da beleza na celebração litúrgica"
"Noto, no entanto, que os cuidados com a dignidade e criatividade litúrgicas estão centrados na construção e renovação dos espaços, as chamadas 'novas igrejas', empreendimentos em que se gastam milhões. Não sou contra a arquitectura religiosa de grande qualidade. Pelo contrário. Gostaria que, na linha da renovação da arte sacra, orientada pelos dominicanos A. Couturier/P. Regamey, com muitos outros, se apostasse sempre no 'génio'." (Jornal Público, 11 dezembro 2011, p. 53, Frei Bento Domingues)
Para Jesus que é quem nos importa ouvir nesta e em todas as questões que se prendem com a espiritualidade e nela todas as dimensões da nossa vida, a beleza está na adoração em espírito e em verdade e não na sumptuosidade ou na magnificência ou qualidade arquitectónica dos espaços.
Temos tido notícia pelos meios de informação de vários templos que continuam a semear-se pelas cidades deste país, particularmente na capital, cujo custo nos deixa espantados em tempo de crise. Nem Deus nem as pessoas precisam dessa aparente grandiosidade. As Casas de Oração evangélicas enfrentam inúmeras dificuldades na sua localização e em espaços bem mais modestos. A simplicidade, a sobriedade e o bom gosto são delas características. Deus não habita em templos feitos pelas mãos dos homens, mas quer fazer Sua habitação permanente na vida de cada homem e de cada mulher. Nós somos o templo vivo do Espírito Santo que nos vivificou, nos arrancou da morte e nos torna participantes da vida eterna.
"O Deus que fez o mundo e tudo que está nele, o Senhor dos céus e da terra, não vive em santuários feito sob medida, nem precisa que a raça humana se desgaste por causa dele, como se ele não pudesse tomar conta de si mesmo." (Atos 17:24 - paráfrase "A Mensagem" - Editora Vida)