Reacção em cadeia

27-03-2011 21:08

            “Terramoto, tsunami e alarme nuclear. Em poucos dias, o Japão reviveu a sua história de sempre: sofrer a fúria da natureza, resistir às catástrofes e enfrentar o pesadelo atómico. Pode o alarme tornar-se global?”

            ’Este é um verdadeiro Apocalipse e podem crer que estou a usar a palavra certa’, foi a forma, directa e crua, que o comissário europeu Gunter Oettinger escolheu para caracterizar a situação, perante uma comissão do Parlamento Europeu, em Bruxelas, na terça-feira, 15, pouco depois de as autoridades japonesas terem reconhecido que a situação na central nuclear de Fukushima Daiichi (n.º 1) tinha ficado fora de controlo, após incêndios e explosões em quatro dos seus seis reatores. Nessa altura, o ‘Apocalipse’ traduzia-se por uma evacuação maciça de 170 mil residentes num raio de 20 quilómetros em redor da central nuclear e da imposição de uma zona de exclusão aérea num raio de 30 quilómetros. Mas numa área muito maior, os residentes eram aconselhados pelo Governo, através de apelos na televisão, a permanecerem em casa, sem abrirem portas ou janelas nem ligarem os aparelhos de ar condicionado. Mais de 200 mil doses de iodo (que ajuda a proteger a tiróide dos efeitos da radiação) foram distribuídas pela população, na sequência do reconhecimento, pelo Governo de Tóquio, de que existiam níveis de radiação “perigosos” à solta na atmosfera. Quatro dias depois do sismo de 9.0 e do sequente tsunami que inundou e danificou os sistema de arrefecimento da central nuclear, pela primeira vez o Japão reconhecia oficialmente a gravidade da situação e o perigo que podia enfrentar. E o mundo percebia que estava – por enquanto… - perante o maior desastre nuclear da História, a seguir ao de Chernobyl.” (Visão, 17 de Março 2011, p. 77-90, Rui Tavares Guedes)

 

            Quando os políticos e a mídia secular se expressam nestes termos, como cristãos evangélicos algumas vezes perdemos de vista os sinais que se vão avolumando e nos chamam a viver intensamente a iminência da segunda vinda de Jesus Cristo. Existe inclusivamente uma tendência para não apenas desvalorizar os acontecimentos que nos apontam para essa iminência, mas também propor uma interpretação bíblica que não dá relevo proeminente à promessa da segunda vinda de Jesus para realizar o que nós não podemos implantar. Como seguidores de Jesus somos chamados a viver em consonância com os Seus valores de respeito pela dignidade da vida e da pessoa e de cuidado mútuo; mas não temos suporte bíblico para desenvolvermos a expectativa que será a Igreja a implantar o reino dos céus, isso o Rei fará pessoalmente na Sua segunda vinda. A própria ideia de uma implantação do reino de Deus politicamente é contraditória. O reino acontece por dentro de cada pessoa pelo arrependimento e conversão, pelo novo nascimento e regeneração operado pelo Espírito Santo. A legislação de uma nação pode beneficiar da influência da Palavra de Deus, mas nunca poderá conter e veicular essa Palavra.

 

            "Quando Jesus ia a sair do recinto do templo, vieram os discípulos, que queriam chamar-lhe a atenção para toda aquela construção. Porém, disse-lhes: 'Todo este edifício será deitado abaixo, e não ficará pedra sobre pedra!'

            'E quando é que vai acontecer semelhante coisa?', quiseram saber os discípulos mais tarde, estando ele sentado na encosta do Monte das Oliveiras. 'Que acontecimentos anunciarão o teu regresso e o fim do mundo?'

            Ao que Jesus respondeu: 'Não deixem que vos enganem. Porque muitos virão, dizendo que são o Messias, e levarão bastante gente atrás de si. Quando ouvirem falar de guerras que começam, isso não será ainda sinal do meu regresso; as guerras virão, mas ainda não é o fim. As nações e os povos da Terra levantar-se-ão uns contra os outros, e haverá fomes e terramotos em muitos sítios. Ma tudo isso será apenas o começo de horrores que hão-de vir.

            Então, vocês serão torturados, mortos e odiados em todo o mundo, por serem meus. E muitos voltarão para o pecado, e trair-se-ão e odiar-se-ão uns aos outros. E aparecerão falsos profetas que arrastarão muitos para o erro. O pecado andará à solta por toda a parte e o amor de muitos arrefecerá. Mas quem resistir até ao fim será salvo. as boas novas do reino serão pregadas no mundo inteiro para que todas as nações as ouçam, e então virá o fim." (Mateus 24:1-14 - tradução "O Livro")