"ENORME SACRIFÍCIO, ZERO PROPÓSITO"

25-10-2012 12:17

Algumas perguntas superiormente colocadas por Pedro Camacho, Diretor da revista Visão (18 de outubro de 2012, p. 36).

 

Esta proposta de Orçamento, mesmo que não chegue ao fim, fica para a História como um rol invejável de recordes. Um deles, talvez o mais impressionante, está na absoluta falta de sentido. Ou, visto de outra maneira, na consagração do sentido único da faturação: dispara sobre tudo o que mexe e com artilharia pesada. O saque será rápido, mas o aparecimento dos corpos também. E os corpos, quer as contas de Gaspar o reconheçam quer não, deixam de pagar impostos.

Para que serve um Orçamento em que ninguém acredita? Para que serve um Orçamento que se apresenta como uma espécie de certidão de óbito anunciada? Que sentido faz multiplicar pressupostos e projeções que aparecem, aos olhos do simples bom senso, da experiência comum, como algo completamente fora da realidade? Como aceitar um raciocínio que repete, em dose reforaçda, os erros do raciocínio anterior, corrigindo os desvios com agravamentos da causa "desviante"?

(...)

Este é, por fim, um Orçamento que está disposto a sacrificar uma larga fatia do tecido empresarial, que está disposto a sacrificar o presente e o futurode inúmeros portugueses, de pessoas como nós e iguais a nós, de gente que sofre como podem sofrer a nossa família e os nossos vizinhos e os nossos amigos e os nossos colegas de trabalho. Em nome de quê e de quem?